Flores em um dia desse

Ditosas são as intensões dos quais ousam se lançar, dos quais não têm medo de tentar, dos quais se entregam de corpo e alma, porque, caso alguma abordada não tivesse êxito, ao menos ninguém diria que atitudes nenhuma foram tomadas.
Quarta-feira são flores...
Brasília-DF, 10 de maio de 2017
Luiz Miguel
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DOIS MUNDOS DISTANTES

Só eu e você sabemos que, não é assim tão complicado e nem difícil perceber. Oxalá, quem além de nós dois seria possível dizer sobre o amor ser impossível? É fato que o amor acontece sem que o esperamos. Mas e se eu, em algum momento a dissesse, que já nem sinto nada nesta estrada sem você. Me segura então, me diga que o amor é mais seguro. Um louco de amor que só sabe rir da sua própria imagem... É, e eu já a conheço em teu sorriso, aprendi a ler as tuas mágoas e o encruamento da sua alma em este seu olhar, deste teu sorriso faltante. É que nós dois somos muito parecidos um com o outro, tentando disfarçar nossa fraca segurança de dizer “que eu já nem preciso”, nem preciso tanto assim, mas é a voz dele que abala seu coração.
Mas sinto te dizer que, amor mesmo é prato frio a ser comido sozinho - e está ruim de disfarçar...
Entre nós dois não caberia nada além mais do que segredos, sem do que nada combinássemos. E os as de, às vezes, nasce para dar certo, ou morrem à beira do caminho e a nossa vida segue distante como dois mundos não feitos para viver juntos – assim, não dá mais para disfarçar das coisas que a gente disse um para o outro, não cabe mais sermos somente amigos – mas amigos distantes.
Brasília-DF, 10 de maio de 2017
Luiz Miguel
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O tesouro de todos os meus tempos - Pai

Amigos que estiveram comigo e meus entes queridos na transição do meu querido e amado pai: nem sei por onde começar ... estive pensando e sonhando com o que aconteceu nas vésperas e fim de semana e acho que ainda estou atordoado ... 
Que a beleza, a força, as luzes tenham o prazer e a honra de se reunir e compartilhar com este pouco tempo e da forma que cada um se sentiu tocado e de tal maneira. 
Diferente de qualquer outra convenção ou reunião ou qualquer coisa, o tempo foi longo e oitenta anos é uma vida completa em um tempo muito rápido como é nossas vidas. 
Eu toquei em minha própria jornada pessoal e lutas, juntamente com vocês, e fui ou sou tão vulnerável e exposto da forma como eu me senti ou ainda sinto. Por outro lado, me senti tão apoiado e estou confortado com a segurança que cada um me trouxe, de uma forma ou de outra, me fizeram sentir e ser percebido pela generosidade de dentre os quais me contêm, quando uma verdadeira conexão é feita e foi transferida pelo amor que paira sobre à vida. 
Eu não posso agradecer a todos vocês o suficiente por isso. Por esse calor. O amor que estive mesmo perdido, seja por algum tempo ou uma eternidade a ser vivida ao lado das pessoas que amamos - e me fizeram sentir isso, aquele sentimento que tem nome – sem cor, sem frescura e incalculável. Agradeço. 
Vocês reenviaram em mim suas luzes de esperança e de fé (independente de crédulos) para acreditar no porvir e ajudar uns aos outros; e que minha luz também permaneça acesa, contemplando pó, barro, cinza, artesanato dentre outros fetiches dentro da natureza (tão longa e tão curta ao mesmo tempo). 
Oxalá, assim veio um novo propósito para mim, o de ser encontrado, aquele lugar dentro de si e que se precedeu o fim de semana ... e eu quero dedicar mais do que nunca a esse chamado que é o de suportar as dores uns dos outros como se fôssemos um. 
Todas as histórias de lutas são inspiradas por uma força universal invisíveis aos olhos sensíveis da matéria, mas que alinhadas dentro de cada um representa (nossa consciência viva) - fraterna- para me superar sem derrubar o que foi construído com muito amor divino. Mas eu não posso reiterar, embora tenha sido minha inspiração devolver a terra todo aquele que não nasceu para ser eterno na matéria. 
Ele foi a pessoa que colocou no ombro paterno com toda ternura, compromisso e amor. E isso soube bem fazer com cada um dos seus que hoje são fortes e dedicados, filhos amados de um pai generoso, carinhoso e compreensivo. 
Ele se levantou quando o peso do mundo estava em seus ombros e sentia impossível vencer na carne, mas abriu os olhos para a força de viver do espírito que é eterno. São muitas dimensões na casa do PAI.
Ele foi quem deu o primeiro passo. E eu não poderia estar mais orgulhoso juntamente com meus irmãos. De fazer parte dele e ele em cada um de nós.
Então aqui estou dando meu primeiro passo, sendo o mais vulnerável, honesto, aberto e melhorando-me para o melhoramento da minha vida e para ajudar os outros. (E eu posso) 
Agradeço a todos o suficiente por me mostrarem isso.
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Questões de Filosofia do livro Marilena Chaui

1) Que quer dizer a palavra crítica!

A palavra "crítica" vem do grego e possui três sentidos principais: a)) capacidade para julgar, discernir e decidir corretamente; b) exame racional de todas as coisas sem pre­conceito e sem pré-julgamento; c) atividade de examinar e avaliar detalhadamente uma idéia, um valor, um costume, um comportamento, uma obra artística ou científica.

2) Quando passamos da atitude costumeira à atitude fi­losófica?

Quando interrogamos sobre o porquê das coisas, das idéias, dos fatos, das situações, dos comportamentos, dos va­lores, de nós mesmos.

3) Que significa dizer que a Filosofia se volta preferencial­mente para os
momentos de crise ou críticos?


É nesses momentos críticos que se manifesta mais claramente a exigência de fundamentação das idéias, dos discursos e das práticas.

4) Por que se pergunta "Para que Filosofia?"?


Em nossa cultura e em nossa sociedade, costumamos considerar que alguma coisa só tem o direito de existir se tiver alguma finalidade prática muito visível e de utilidade imediata.

5) Quais as três principais perguntas que caracterizam a atitude filosófica?
a) O que é (uma coisa, um valor, uma idéia, um comportamento). Ou seja, a Filosofia pergunta qual é a realidade e qual é a significação de algo, não importa o quê;
b) Como é (uma coisa, uma idéia, um valor, um comportamento). Ou seja, a Filosofia indaga como é a es­trutura ou o sistema de relações que constitui a realida­de de algo;
c) Por que é (uma coisa, uma idéia, um valor, um comportamento). Ou seja, por que algo existe, qual é a origem ou a causa de uma coisa, de uma idéia, de um valor, de um comportamento.

6) 0 que é e como é a reflexão filosófica?

É um movimento de vol­ta sobre si mesmo ou movimento de retorno a si mesmo, para pensar-se a si mesmo, para conhecer como é possível o próprio pensamento ou o próprio conhecimento.


7) Quais os três conjuntos de questões que organizam a reflexão filosófica?

A reflexão filosófica organiza-se em torno de três grandes conjuntos de perguntas ou questões:
a) "Porque pensamos o que pensamos, dizemos o que di­zemos e fazemos o que fazemos?" Isto é, quais os moti­vos, as razões e as causas para pensarmos o que pensa­mos, dizermos o que dizemos, fazermos o que fazemos?
b) "O que queremos pensar quando pensamos, o que que­remos dizer quando falamos, o que queremos fazer quando agimos?" Isto é, qual é o conteúdo ou o sentido do que pensamos, dizemos ou fazemos?
c) "Para que pensamos o que pensamos, dizemos o que di­zemos, fazemos o que fazemos?" Isto é, qual é a intenção ou a finalidade do que pensamos, dizemos e fazemos?
Essas três questões têm como objetos de indagação o pensamento, a linguagem e a ação e podem ser resumidas em o que é pensar, falar e agir?E elas pressupõem a seguinte per­gunta: "O que pensamos, dizemos e fazemos.

8) Explique o que é a Filosofia como saber a respeito da rea­lidade externa ao pensamento e acerca da realidade in­terna aos seres humanos.

Como vimos, a atitude filosófica inicia-se indagando "0 que é?", "Como é?", "Por que é?", dirigindo-se ao mun­do que nos rodeia e aos seres humanos que nele vivem e com ele se relacionam. São perguntas sobre a essência (O que é?), a significação ou estrutura (Como é?), a origem (Porque é?) e a finalidade (Para que é?) de todas as coisas. É um saber sobre a realidade exterior ao pensamento.
Já a reflexão filosófica, ou o "Conhece-te a ti mesmo", in­daga "Por quê?", "O quê?", "Para quê?" e se dirige ao pensa­mento, à linguagem e à ação, ou seja, volta-se para os seres humanos. São perguntas sobre a capacidade e a finalidade para conhecer, falar e agir, próprias dos seres humanos. É um saber sobre o homem como ser pensante, falante e agente, ou seja, sobre a realidade interior dos seres humanos.

9) Que significa dizer que a Filosofia é um pensamento sistemático ou uma interrogação sistemática?


Dizer que as indagações filosóficas são sistemáticas significa dizer que a Filosofia trabalha com enunciados precisos e rigorosos, busca encadeamentos lógicos en­tre os enunciados, opera com conceitos ou idéias obti­dos por procedimentos de demonstração e prova, exige a fundamentação racional do que é enunciado e pensa­do. Somente assim a reflexão filosófica pode fazer com que nossa experiência cotidiana, nossas crenças e opi­niões alcancem uma visão crítica de si mesmas. Não se trata de dizer "eu acho que", mas de poder afirmar "eu penso que".
O conhecimento filosófico é um trabalho intelectual. É sistemático porque não se contenta em obter respostas pa­ra as questões colocadas, mas exige que as próprias ques­tões sejam válidas e, em segundo lugar, que as respostas se­jam verdadeiras, estejam relacionadas entre si, esclareçam umas às outras, formem conjuntos coerentes de idéias e sig­nificações, sejam provadas e demonstradas racionalmente.



10) Explique brevemente as três principais definições de Filosofia que não podemos aceitar inteiramente.
Quando alguém diz "Esta é minha filosofia" ou "Esta é a filosofia de fulana ou de fulano" ou ainda "Esta é a filo­sofia da empresa", engana-se e não se engana.
Engana-se porque imagina que para "ter uma filoso­fia" basta alguém possuir um conjunto de ideias mais ou menos coerentes sobre todas as coisas e pessoas, bem co­mo ter um conjunto de princípios mais ou menos coeren­tes para julgar as coisas e as pessoas.
Mas não se engana ao usar essas expressões porque percebe, ainda que muito confusamente, que há uma ca­racterística nas idéias e nos princípios que leva a dizer que são "uma filosofia": a ligação entre certas idéias e certos comportamentos, as relações entre essas idéias e esses comportamentos como se tivessem alguns princípios que os unissem ou relacionassem.

11) Explique a definição da Filosofia como fundamentação teórica e crítica dos conhecimentos e das práticas.

Fundamento é uma palavra que vem do latim e significa "uma base sólida" ou "o alicerce sobre o qual se pode construir com segurança". Do ponto de vis­ta do conhecimento, significa "a base ou o princípio ra­cional que sustenta uma demonstração verdadeira". Sob esta perspectiva, fundamentar significa "encontrar, de­finir e estabelece racionalmente os princípios, as cau­sas e condições que determinam a existência, a forma e os comportamentos de alguma coisa, bem como as leis ou regras de suas mudanças".

12) Explique por que a atividade filosófica é uma análise.

Essas três atividades (análise, reflexão e crítica) estão orientadas pela elaboração filosófica de ideias gerais sobre a realidade e os seres humanos. Portanto, para que essas três atividades se realizem, é preciso que a Filosofia se defi­na como busca do fundamento (princípios, causas e condi­ções) e do sentido (significação e finalidade) da realidade em suas múltiplas formas, indagando o que essas formas de rea­lidade são, como são e por que são, e procurando as causas que as fazem existir, permanecer, mudar e desaparecer.

13) Quais as indagações da Filosofia segundo Kant?

Kant afirmou que a Filosofia "é o conhecimento que a razão adquire de si mesma para saber o que pode conhe­cer, o que pode fazer e o que pode esperar, tendo como fi­nalidade a felicidade humana".

14) Qual a utilidade da Filosofia?

Se abandonar a ingenuidade e os preconceitos do senso comum for útil; se não se deixar guiar pela submis­são às idéias dominantes e aos poderes estabelecidos for útil; se buscar compreender a significação do mundo, da cultura, da história for útil; se conhecer o sentido das cria­ções humanas nas artes, nas ciências e na política for útil; se dar a cada um de nós e à nossa sociedade os meios pa­ra serem conscientes de si e de suas ações numa prática que deseja a liberdade e a felicidade para todos for útil, então podemos dizer que a Filosofia é o mais útil de to­dos os saberes de que os seres humanos são capazes.
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Homenagens a Revista Veja pubicada em 02/11/1977 e ao nobre escritor Carlos Drummond de Andrade

Ah, não me tragam originais para ler, para corrigir, para louvar sobretudo, para louvar. Não sou leitor do mundo nem espelho de figuras que amam refletir-se no outro à falta de retrato interior. Sou o Velho Cansado que adora o seu cansaço e não o quer submisso ao vão comércio da palavra. Poupem-me, por favor ou por desprezo, se não querem poupar-me por amor. Não leio mais, não posso, que este tempo a mim distribuído cai do ramo e azuleja o chão varrido, chão tão limpo de ambição que minha só leitura é ler o chão. Nem sequer li os textos das pirâmides os textos dos sarcófagos, estou atrasadíssimo nos gregos, não conheço os Anais de Assurbanipal, como é que vou - mancebos, senhoritas, -chegar à poesia de vanguarda e às glórias do 2.000, que telefonam? Passam gênios talvez entre as acácias, sinto estátuas futuras se moldando sem precisão de mim que quando jovem (fui-o a.C., believe or not) nunca pulei muro de jardim para exigir do morador tranqüilo a canonização do meu estilo. Sirvam-se de exonerar este macróbio do penoso exercício literário. Não exijam prefácios e posfácios ao ancião que mais fala quando cala. Brotos de coxa flava e verso manco, poetas de barba-colar e velutínea calça puída, verde: tá! Outoniços, crepusculinos, matronas, contumazes: tá!
O senhor saiu. Hora que volta? Nunca. Nunca de corvo, nunca de São-Nunca. Saiu pra não voltar.
Grifo meu. Tudo esqueceu: responder cartas; sorrir cumplicemente; agradecer dedicatórias; retribuir boas-festas; ir ao coquetel e à noite de autógrafos-com-pastorinhas. Ficou assim: o cacto de Manuel é uma suavidade perto dele. Respeitem a fera. Triste, sem presas, é fera. Na jaula do mundo passeia a pata aplastante, cuidado com ela! Vocês, garotos de colégio, não perguntem ao poeta quando ele nasceu. Ele não nasceu. Não vai nascer mais. Desistiu de nascer quando viu que o esperavam garotos de colégio de lápis em punho com professores na retaguarda comandando: Cacem o urso-polar, tragam-no vivo para fazer uma conferência. Repórteres de vespertinos, não tentem entrevistá-lo. Não lhe, não me peçam opinião que é impublicável qualquer que seja o fato do dia e contraditória e louca antes de formulada. Fotógrafos: não adianta pedir pose junto ao oratório de Cocais nem folheando o álbum de Portinari nem tomando banho de chuveiro. Sou contra Niepce, Daguerre, contra principalmente minha imagem. Não quero oferecer minha cara como verônica nas revistas. Quero a paz das estepes a paz dos descampados a paz do Pico de Itabira quando havia Pico de Itabira a paz de cima das Agulhas Negras a paz de muito abaixo da mina mais funda e esboroada de Morro Velho a paz da paz
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